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António escreve:

Nasci em Sá da Bandeira, fui a quarta geração a viver em Angola durante o período colonial.  Como é costume na nossa cultura portuguesa por tradição, nascemos católicos,  devemos ser fieis aos nossos costumes e morrer católicos.  Com a idade de 6 anos, devido à guerra colonial portuguesa, tivemos que fugir trágicamente do país e começar uma nova vida em outro lugar novamente. Acabamos por vir-nos estabelecer em Portugal.

Comecei à procura de Deus cedo na minha vida. Tinha muitas perguntas sem resposta, falei com vários padres, e todos eles disseram-me que tinha algo de especial em mim.

Na minha busca de Deus, visitei um padre com uma “chamada especial”,  como me disseram, na altura tinha  17 anos de idade.  Fiz-lhe muitas perguntas e ele procurou responder da melhor forma possível.  Disse-me então:  ‘Vejo  que tens uma chamada na tua vida e que Deus tem um plano especial para te usar.’   Depois disse-me algo muito interessante e poderoso!  Disse-me para ir para casa e orar a Jesus, para que Ele se revelasse a mim.

Foi o que fiz, aliás eu já estava a fazer isso, o motivo pelo qual  fui ver o padre.  Lembro-me como criança de ir à Igreja  Católica com a minha mãe e o meu pai, e ia vazio e saia vazio…   Era tudo à volta de um conjunto religioso de palavras e ações.  Isso não era o que eu queria.  Eu estava à busca de Deus.  Se Deus existe, eu disse: ‘Quero conhecê-Lo’!

Fiz essa oração: ‘Senhor Jesus, revela-te a mim.’   Fui para a tropa aos 20 anos de idade.  Um dia, sentei-me a tomar uma cerveja na cantina com um amigo, o Stélio,  e que vivia na mesma cidade que eu em Leiria.  De alguma forma, a conversa levou à religião, e o Stélio disse-me que costumava ir à igreja.  Perguntei-lhe sobre Deus e em que acreditava.  As suas palavras para mim foram ‘a experiência que tenho com Deus, não posso explicar-te. Tens que ser tu mesmo a ter esta experiência com Deus.’

Fiquei  impressionado com esse pensamento pois era isso mesmo que eu queria.  Ele convidou-me a ir à igreja dele no domingo.  Nesse domingo, estaria a passar o fim de semana em casa e ele veio me buscar junto com o Pastor da igreja.

Eles levaram-me a um lugar que eu não esperava.   Pensava encontrar um edifício grande, um género de uma catedral… mas não.  Era apenas um salão pequeno no rés do chão de um prédio.  Sentia-me um pouco desconfortável…  mas não podia voltar a trás…

Ao entrar, fui atraído ao louvor, à liberdade e a forma de orar a Deus como Pai como Amigo.  No final, fui à frente e recebi a Jesus Cristo na minha vida.  Logo a seguir, uma senhora veio até mim e congratulou-me na minha decisão e disse:  ‘Sinto que tens uma chamada de Deus em tua vida’.  Outra senhora veio junto de mim e disse exatamente o mesmo: ‘Sinto que Deus vai te usar’.

A minha vida mudou a partir desse dia.  Eu estava entusiasmado! Eu só queria aprender mais de Deus.  No dia seguinte, segunda feira, encontrava-me de volta na tropa.  Eram 7 horas da manhã, e encontrava-me a partilhar com os meus amigos o que me havia acontecido e a responder perguntas sobre Deus a eles como se eu fosse um professor da Biblia!  Graças a Deus pelo Seu Espírito Santo, a salvação e amizade!

António Moinheiro